ADESG ALAGOAS DEBATE COM O ENG. JOELMIR OS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA IRRIGAÇÃO NO SERTÃO ALAGOANO

Na noite de 30 de outubro, os estagiários da ADESG/AL assistiram à palestra do Engenheiro Agrônomo Joelmir, Superintendente de Irrigação e Infraestrutura Hídrica de Alagoas. O encontro abordou os desafios da irrigação no Sertão Alagoano, destacando o papel estratégico do Canal do Sertão e os fatores técnicos, econômicos e sociais que ainda limitam o pleno aproveitamento dessa obra. A exposição integrou o programa de formação da ADESG, que estimula a análise crítica de temas estruturantes para o desenvolvimento nacional e regional.

CANAL DO SERTÃO: A MAIOR OBRA HÍBRIDA DE ALAGOAS E SEUS DESAFIOS DE GESTÃO

Durante sua palestra, o Engenheiro Joelmir apresentou um panorama técnico sobre o Canal do Sertão, considerado a maior obra de infraestrutura hídrica já realizada em Alagoas. Concebido para levar água do Rio São Francisco ao semiárido alagoano, o canal representa uma oportunidade histórica de inclusão produtiva e segurança hídrica, mas enfrenta entraves relacionados à viabilidade econômica da irrigação, manutenção das comportas e aproveitamento agrícola sustentável.

O palestrante explicou que, apesar do avanço estrutural, o uso produtivo da água ainda é incipiente, devido à falta de planejamento agrícola integrado, capacitação técnica e modelos de gestão participativa. Segundo ele, o sucesso do empreendimento depende de um esforço conjunto entre governo, produtores e instituições de pesquisa, para transformar o canal em vetor de desenvolvimento e geração de renda para o Sertão.

COMPARATIVO ENTRE O SERTÃO ALAGOANO E O POLO IRRIGADO DE PETROLINA (PE)

Um dos pontos centrais da apresentação foi a comparação entre o Canal do Sertão Alagoano e o polo de irrigação de Petrolina (PE), referência nacional em produtividade agrícola. O Eng. Joelmir explicou que o sucesso pernambucano se deve a anos de investimento em tecnologia, infraestrutura logística, assistência técnica e cultura irrigante consolidada, enquanto o cenário alagoano ainda se encontra em fase de maturação e adaptação.

“Não basta a água chegar — é preciso transformá-la em produção e prosperidade”, afirmou o engenheiro. Ele destacou que as diferenças de solo, topografia e cultura agrícola exigem modelos regionais de irrigação, mais adequados às condições de Alagoas. A proposta, segundo ele, é construir uma gestão moderna e participativa, capaz de unir conhecimento técnico e engajamento social para tornar o Canal do Sertão um projeto economicamente viável e socialmente justo.

ADESG ALAGOAS COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO E FORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

A atividade reforçou o papel da ADESG Alagoas como espaço de formação e reflexão estratégica. Ao discutir o Canal do Sertão sob a ótica da infraestrutura e da economia produtiva, os estagiários aplicaram a metodologia da Escola Superior de Guerra (ESG), que busca integrar desenvolvimento, segurança e soberania nacional.

O debate também evidenciou o valor da integração entre ciência, política pública e sociedade civil, pilares indispensáveis para o progresso do Nordeste. Ao final do encontro, o coordenador da turma destacou que a experiência contribui para formar lideranças conscientes da importância do planejamento e da gestão de recursos naturais, em linha com os princípios da ADESG e o fortalecimento da mentalidade estratégica brasileira.